Este ano minha turma de faculdade, Fonoaudiologia da UNIFESP, comemora 30 anos de formatura.
Sou da "Turma Jurassic" da Fonoaudiologia (1981), que teve que rebolar bastante para seguir em frente e adquirir conhecimentos, pois a produção científica daquela época no Brasil era pouca. Hoje, somos referencia e nos orgulhamos de nossas fonoaudiólogas famosas- Dra Mara Behlau, Dra Silvia Pinho, Dra Irene Marchesan, Dra Zelita Guedes- só para citar algumas e não querendo desmerecer outras magníficas mestras.
Minha classe era pequena, não como as turmas de cento e poucas alunas que chegamos a ver recentemente, mas vinte e cinco entraram e trinta e cinco se formaram, pois abraçamos "as meninas" de outras turmas.
Estas que aqui estão são algumas das que ficaram em SP e que conseguiram se reunir num almoço muito gostoso, aproveitando o clima do Congresso de Fonoaudiologia.
Um detalhe interessante é que logo após formada, prestei concurso e ingressei para as fileiras da FAB, fazendo parte do Quadro Feminino de Oficiais da Aeronáutica(QFO), em 1982, sendo a primeira turma de oficiais a ser incorporada à Força (desculpe o trocadilho, mas não fomos à força, mas voluntárias...).
Hoje já estou aposentada, depois de servir nos hospitais do Galeão e de Aeronáutica de São Paulo, como fonoaudióloga militar.
No ano que vem, essa minha turma QFO irá completar também seus 30 anos de incorporação e pretendemos reunir um grande grupo para comemorar o momento histórico.
Fizemos parte da História, pois fomos as primeiras oficiais efetivadas, que abriram caminho para as mulheres nas outras áreas, ainda que modestamente, mas já surgindo aos poucos as aviadoras militares e as intendentes.
Entramos para o meio militar ainda muito jovens, inexperientes, mas com muita vontade de lutar.
Hoje já somos cinquentonas e quase todas aposentadas (na reserva, como dizemos), mas todas bem, continuando a trabalhar em outras áreas ou se dedicando a outras causas.
E ouso dizer que a reserva faz muito bem à mulher militar, pois todas ficam com saúde, lúcidas, resolvidas.
Existe na FAB dois grupos masculinos da reserva: a Turma do Bagaço e a Turma da Sucata. Uma vez, um oficial muito velhinho me perguntou, muito ingenuamente, se eu agora que estava aposentada iria entrar para a "sucata". Eu me segurei para não rir e respondi, com todo o respeito, que mulher nenhuma quando se aposenta vira "sucata" ou "bagaço", muito pelo contrário, remoçamos!! A mulher é muito cobrada no meio militar, muito machista, tendo que trabalhar três vezes mais para parecer aos olhos masculinos que está no mesmo nível...e olhe lá!!!Além de suas atribuições como militar, também tem como profissional. Depois do expediente, cuida de sua casa e filhos/marido/parentes, estuda, e ainda acha tempo para ser mulher. E quando voltamos a ser "mulher mulher" nos damos conta de que precisamos manter nossa identidade. Não vestimos a farda como algo que, quando tirada, nos deixa sem rumo. Sabemos separar o "ser" do "estar".O posto não é o nome, faz parte de um momento, mas a vida é cheia de grandes momentos também, mesmo depois da FAB.
Por isso, quero curtir os 30 anos, daqui e dali, com a sensação do que vivi e do que estou vivendo.
E continuar a contar estas histórias pra quem quiser ouvir.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Marcadores
abobrinha
acrílico
açúcar mascavo
Aeronáutica
alcachofra
Alemanha
almôndegas
Altamiro Carrilho
Alzheimer
amigos
amora
animações
animais
aniversário
Ano Novo
anos 60
antroposofia
Aparecida
aposentados
arroz
artes plásticas
artesanato
Áustria
aveia
avelãs
azeite
bacalhau
bairro
bananas
barbante
Barbara Fürstenhöfer
batatas
Bienal do Livro SP
bifum
bijuteria
biscoitos
biscouit
bolinhas
bolinhos
bolos
bombons
boneca
brinquedos
Bruce
Buche de Noel
café
capas
casinha de bonecas
casinhas de papelão
castanhas
catupiry
CD
cenoura
cerâmica
chantily
charges
cheesecake
chocolate
chorinho
chuchu
chuvas de verão
cidade
cinema
clima
Clube da Aeronáutica (RJ)
coalhada
coberturas
coco
cogumelos
colar
comida caseira
compotas
condomínio
confeitaria
confeitos
contos de fadas
coragem
coral
corrida de São Silvestre
costura
cotidiano
cremes
CRFA
crianças
cristãos
crochê
crônica
culinaria
culinária
culinária. livros
cultura
Cunha
cupuaçu
damascos
decoração
Dengue
desenhos
dia de reis
dicas
doces
docinhos
documentos
educação
empadas
Encontro QFO
enfeites
entrada
ervas
escultura
FAB
familia
família
farinha
farinha integral
feltro
festas
fitas
flores
fonoaudiologia
forno
foto
fotos antigas
framboesa
frango
frituras
frutas
frutas cristalizadas
frutas secas
frutos do mar
Fundação Casper Líbero
ganache
gatos
gelados
gelatina
geléia
genealogia
glacê real
golpes
grãos
gratinado
gratinados
groselha
guaraná
guirlanda
Helena Sangirardi
História
histórias
idéias para festas
idoso
imaginação
imigrantes
imitação.
inspiração
intercâmbios
interior
inverno
iogurte
Japão
Jesus
Julia Child
lã
lanches
laranja
latex
legumes
leite
lembrancinha
liquidificador
livros
Lua Azul
lula
macarrão
macarrão. cogumelo
maçãs
mães
maisena
marshmallow
massa biscuit
massa folhada
massas
massas salgados
melão
mexerica
mexilhão
miçangas
militares
mirtilo
mocidade
moda
modelagem
molhos
Mômo
morango
mousse
mulheres
mulheres militares
mundo
música
nata
natal
natureza
nostalgia
nozes
Olgas
Olimpíadas do Rio2016
orgânicos
orquideas
outono
ovos
paçoquinha
paella
pães
palmito
pão
pão de mel
pão-de-ló
papelão
Páscoa
passas
passatempos
passeios
pasta americana
pastel
pastelão
pavê
pedrarias
peixes
Pentecostes
pesquisa
pets
Pinacoteca
pintura
pinturas
pirulito
pizza
polvo
pôr-do-sol
Portugal
Praça Benedito Calixto
pratos etnicos
presentes
primavera
professor
professores
profissionalismo
psicologia
pudim
QFO
queijo
radio
recheios
reciclagem
reclamação
reflexões debaixo do pé de couve
refogados
reformas
reserva
resina
restauração.
retalhos
retro
ricota
Rio de Janeiro
rocambole
rocamboles
rosas
roubo
sacolinhas
saladas
salgados
salmão
salsinha
São Paulo
sapateira
sashimi
Sebastian
seriados
sites
sobremesas
soja
sopa instantânea
sorvetes
spam
stollen
strudell
suco artificial
suflê
sujeira
supermercado
suspiro
tâmaras
tapete
tapioca
tecidos
terremotos
torta
tortas
trânsito
trigo
TV
uvas
vapor
vegetais
vestido
viagem
vida na caserna
vila inglesa
vintage
virus
vizinhança
vôngole
voz
Waldorf
wassabi
3 comentários:
Oi Cybele
Amei conhecer um pouquinho mais sobre você,a carreira linda que você abraçou...Parabéns amiga!
Eu já era tua fã, agora sou muito mais do que antes.
Um sábado de paz e luz para você e sua família linda!!
Bjinhos
Que bacana, nao conhecia essa sua história!!!
Falando em aeronáutica, sabe que outro dia vivi um fato curioso e que me deixou muito orgulhosa de ser mulher: entrei num avião gigante da AirFrance, Jumbo sei lá o quê...e quando nos preparativos para decolagem uma voz muito tênue de mullher começou a dizer alguma coisa em francês não liguei, pois achei que fosse uma das comissárias dando as boas vindas e etc...mas quando eu realmente apurei meus ouvidos e comecei a compreender, era a comandante daquele bicho colossau que falava conosco!Puxa como me senti feliz e realizada, além de totalmente segura por estar sob cuidados e atenção de uma mulher!
Parabéns pelas suas realizações!
Abraço,
Renata
Nossa, gente! Obrigada pelo carinho!
Duh, eu adoro suas postagens!
Re, adoro viajar com você no blog!
Tenho a comentar que tive a honra de realizar exame audiométrico há alguns anos atrás na Comandante Luci Lupia, primeira mulher a conseguir o brevê de piloto comercial de Primeira Classe, depois dela ter enfrentado vários desafios, principalmente a intolerância masculina. Pessoa admirável.
Bjs!
Postar um comentário