No último dia do ano de 2007 D. Maria, avó de meu marido, faleceu.
Estava lúcida, muito lúcida, coitada, vendo o que acontecia a sua volta e sem poder reagir.
Com seus 87 anos, ela poderia ter sido mais ativa, mas como ela mesma dizia, se acomodou, deixou de estudar por preguiça, preferiu ser a menininha do papai e cuidar das tarefas domésticas.
Viveu numa casa caindo aos pedaços, com mofo e infiltrações, "às custas" das filhas, que lhe prestavam "ajuda". Criou uma deficiente mental que foi abandonada, passou muito nervoso por causa dela, não a educou para ser independente, ficou como uma eterna mimada e malcriada filha. Não saia mais, por medo de cair. Não se envolvia com mais nada, mas começou a ficar tristes com seus netos. Morreu na pobreza, na UTI de um hospital.
Começam agora a rapina e as brigas...
Quem vai ficar com isso? Isso é meu! Não! É meu!
Quem vai cuidar de fulaninha? Ah! Eu não posso...
Quem vai ficar com a casa?
Isso é meu!
Eu espero que ela esteja melhor onde está agora, que esteja sendo bem assistida, que se desligue logo destas pequenas coisas daqui, que não olhe para trás.
O que tinha que fazer já fez, todos foram criados e têm seu livre arbítrio, saberão as conseqüências do que estão fazendo, nada por "vingança divina", mas pela lei natural da causa e efeito, da cabeçada depois da idiotice.
Um beijo e fica em Paz!
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