sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Anita Malfatti e seus medos

APESAR DE GOSTAR MUITO DE PINTURA E ILUSTRAÇÃO, devo confessar que nunca havia pesquisado sobre a vida de Anita Malfatti, até que foi pedido pela escola de minha pequena guerreira que a levássemos à Pinacoteca de São Paulo (lá na Estação da Luz) e procurássemos no acervo o quadro Tropical, para que a criança fizesse um trabalho sobre ele.
Como não pude sair de imediato, apelei para a internet e puxei a bibliografia desta pintora considerada por Pietro Maria Bardi como a mais importante pintora modernista, mostrando seu talento desde jovem.
E aí descubro que ela teve um problema no braço direito, que a obrigou a ser "canhota", que perdeu o pai cedo, que foi estudar no exterior e que quando voltou fez uma exposição em 1917, alugando um espaço onde era o saudoso Mappin para sua estréia...um tanto trágica.
Monteiro Lobato, que tinha verdadeira ojeriza pelos Modernistas, escreveu um texto com uma crítica dura e citou, embora com ressalvas, o nome de Anita Malfatti, que tomou aquilo como um duro golpe em sua autoconfiança e literalmente "brochou", foi um custo fazê-la pintar novamente, mas agora sem entusiasmo.
Quando li o artigo na internet fiquei "indignada": "-Onde já se viu?! Bem o Monteiro Lobato, que se dizia contra os modelos tradicionalistas, fazer aquilo!". Então, fui "ler" o que tinha a "escrever" a outra parte, e constatei, no meu tosco entendimento, que ele realmente dava chibatadas nos Modernistas, mas não em Anita.
Dai, veio a reflexão debaixo do pé de couve:"-Quantas de nós, mulheres, não nos deixamos desestruturar ou somos "paralizadas" no que temos de melhor por um simples comentário?!"
Quantas de nós não temos constantemente o amor próprio ferido desde a infância, a ponto de perdermos a identidade mais adiante?
Se Anita Malfatti tivesse outra cabeça (talvez ela tenha interpretado os fatos de sua vida a ponto de se tornar insegura ao invés de seguir em frente), teria rodado a baiana com Monteiro Lobato e dado a volta por cima. Infelizmente, ela caiu... e não havia nenhum terapeuta de plantão para ajudá-la. Terminou seus dias numa chácara em Diadema, com uma irmã, cuidando de seu jardim e lamentando o fato de Mario de Andrade nunca ter-lhe declarado seu amor ("-Sai dessa, amiga! Você é mais você! Manda esse cara catar coquinhos e parte pra outra!").
Quantas "Anitas" temos dentro de nós? E quantas não estão sendo criadas a cada instante.
Anita não tinha a noção do seu poder criativo, deixou-se levar por um crítico..o seu crítico interior! As mulheres, na sua maioria, não têm a noção de seu poder criador.
Salvem as Anitas!
Criem! Recriem! Repassem! Sonhem um mundo bonito, encham-no de cor e luz!
Quem sabe, não é?!

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