Aqueles nascidos na década de 50 ou 60 ainda se recordam das feiras livres em São Paulo e dos tipos de barracas que ali havia.
Como São Paulo é uma cidade onde temos convivendo vários Imigrantes (digo aquelas pessoas que vieram de OUTROS PAÍSES, deixando tudo seu para trás e sem possibilidade, muitas vezes, de voltar e sem direito a seguro desemprego, salário família, bolsa malandro e outras coisas politicamente incorretas), dificilmente não nos acostumaríamos a ter uma macarronada servida num dia, junto com um kibe ou um goulash.
Esta foto mostra a barraca de feira em que meu tio trabalhava, em Secos & Molhados, vendendo azeitonas, ameixas, ficos secos, salames, toucinhos, tudo o que era de mais fantástico em nossa cozinha. Meus avós trabalhavam numa outra, de macarrão. Pasme, senhores: barraca de macarrão!! Hoje eu só vejo isso no Mercadão Municipal de São Paulo, onde ainda se consegue comprar massas a granel e com grande variedade.
Estamos pasteurizados, ficando sem graça. Sumiram as variedades de produtos. Sumiram os bons feirantes (os que conheciam sua freguesas e as tratavam com educação), há grande desperdício de alimentos e todo mundo achando muito natural.
Que a feira traz seus transtornos, lá isso é verdade. Ninguém quer ter a barraca de peixe no seu portão, nem ficar esperando a feira terminar para poder colocar de volta o carro na garagem (se ficar, só sai depois da feira!). E hoje o que mais chama a atenção é a barraca do pastel, que por sinal é disputadíssima.
Seria ecologicamente correto resgatar as boas coisas de uma feira, uma feira mais organizada, num espaço reservado como nos países europeus. E com bons produtos, frescos, que pudéssemos escolher e pesar na hora. Onde se pudesse andar e encontrar amigos, ver cores, sentir aromas. Nossas crianças de cidade grande só conhecem supermercado, com tudo embalado e sem cheiro.
Se as feiras fizeram parte de nossa cultura, porque destruí-las? Vamos melhora-las.
Assim temos assunto para contar. Melhor que assistir reprise de Rede plim-plim, com paulistas falando com um sotaque esdrúxulo.
Salvem as barracas de macarrão!!
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