Este é meu pai, Erich Belschansky, agora com 83 anos.
Ele manifesta uma falha de memória imediata e mesmo de fatos do passado, repete-se constantemente, conta as mesmas histórias dezenas de vezes após acabar de contá-las ou mesmo como se fosse a primeira vez.
Ele sempre teve um problema na perna esquerda, que foi deteriorando aos poucos as articulações, a ponto de incapacitá-lo a locomover-se com independência e rapidez e que obrigou-o a parar de trabalhar. Isto agravou o estado emocional, ficou deprimido e não ele procurou ajuda. Além disso, mudou-se para um lugar onde não tem vida social, não tem com quem trocar idéias de seu gosto e não pode colaborar com a família. Esses fatores pioraram o quadro de demência cognitiva.
Embora não tenha sido diagnosticado formalmente, ele apresenta todos os sintomas de Alzheimer: falhas de memória, agitação ao entardecer, perseveração de falas, depressão.
Vez ou outra eu o chamo para vir passar um dia ou dois aqui comigo, uma espécie de "festa do pijama", e aproveitamos para conversar, ver fotos antigas, falar sobre a família (pelo menos o que ele lembra), o que tem sido muito bom para ele e até para mim, que estou descobrindo fatos novos que nunca conversamos antes.
Mas não é fácil. É preciso paciência, ouvir as histórias com o mesmo interesse como se pela primeira vez, selecionar assuntos agradáveis para não agitá-lo, trazer livros e fotos de seu interesse, cuidar de sua medicação cuidadosamente. E, a propósito, ele colocou um marcapasso recentemente e isto deu a meu pai um sopro de melhora no seu bem estar.
Ele "está indo" aos poucos...vejo nele hoje uma pessoa diferente daquele pai que conheci, mas ainda está lá, mesmo que camuflado pela demência.
Na foto abaixo, minhas filhas e meus primos Antonio e Fernando Neumann, numa visita muito agradável.
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